Receita promete maior atuação contra importação de setores mais sensíveis
BRASÍLIA – O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checcucci, afirmou nesta sexta-feira, 19, que as importações de produtos dos setores de calçados, brinquedos, pneumáticos e ópticos podem ser as próximas a serem incluídas nos procedimentos de fiscalização mais rigorosos em portos e aeroportos, a exemplo do que ocorreu com o setor têxtil e de confecções. Segundo ele, as importações de algumas mercadorias já estão sendo objeto de ações pontuais desde junho, mas as novas operações passarão a englobar todos os produtos destes segmentos. “Teremos atuações mais estruturadas em outros setores sensíveis”, avisou o subsecretário.
Conforme antecipou a Agência Estado, a Receita Federal iniciou nesta sexta uma operação de fiscalização para combater a importação ilegal ou desleal de tecidos e vestuários, batizada de Panos Quentes III. Na primeira quinzena de junho, informou, havia US$ 26 milhões de produtos importados do setor têxtil parados na alfândega para inspeção.
Os setores incluídos nos novos procedimentos terão todas as importações conferidas nas aduanas, por meio dos canais vermelho e cinza, os mais rigorosos da Receita. Nestes canais, a inspeção será física e com coleta de amostras para verificação técnica. O prazo para liberação da mercadoria pode levar até 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, quando necessário.
Checcucci disse que a Receita está tornando os controles de importação mais rigorosos. “Tudo está dentro das regras internacionais. Não estamos aumentando as barreiras, mas afinando os controles nas importações”, defendeu.
É curioso verificar que o efeito da elevada carga tributária e demais crescendo de dificuldades colocadas à importação, tenham um triplo efeito: o primeiro (o pretendido) é o protecionismo da industria brasileira; o segundo é a elevação dos custos dos produtos no país, que tendem a subir os preços para as margens “oferecidas” pela elevação dos produtos importados (acabando-se por admitir grandes faltas de produtividade e aumentos de custos na produção); o terceiro, é a consequência que essa subida dos preços traz para a competitividade de preços de exportação (sem os custos tributários impostos para entrada no Brasil, os produtos chegam a ser 50% mais baratos no exterior e como os custos da produção brasileira está inflacionada…). Valha o mercado interno, pois o externo ficará exclusivamente para Commodities…