Exportações brasileiras ficarão abaixo do esperado

Governo não atingirá meta de exportação do ano, diz MDIC

Secretário-executivo do ministério enfatizou que o principal motivo é o cenário internacional, que tem gerado um quadro adverso para os parceiros do Brasil

03 de setembro de 2012
Célia Froufe, da Agência Estado

BRASÍLIA – O governo desistiu da meta de exportação de US$ 264 bilhões prevista para este ano, segundo informou nesta segunda-feira, 3, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira. “O governo não vai atingir a meta de exportação para este ano, mas o resultado deve ser muito melhor do que tínhamos de 2008 para 2009, época do primeiro mergulho da crise”, disse.

Segundo ele, a meta pode ser revista, mas o MDIC ainda não teve condições de apresentar um número. “O cenário é confuso. Qualquer meta agora tem influência da crise internacional e das greves”, ressaltou.

O secretário enfatizou que o principal motivo para o não cumprimento é o comportamento da economia internacional, que tem gerado um quadro adverso para os parceiros do Brasil. Ele disse que o assunto é tema de preocupação no governo e ressaltou as medidas tomadas até agora para estimular a indústria, como a desoneração da folha de pagamentos e o Programa Reintegra. “Não é só questão de tomar medidas, mas sim de recuperação da economia internacional que tem diminuído a demanda por compras”, disse.

Teixeira disse que “a briga” do MDIC até o final do ano será de manter o patamar das exportações visto no ano passado, de US$ 256 bilhões. “Nós não queremos cair disso, mas dependemos da economia internacional e não de nós”, ressaltou. “Estamos lutando fortemente para manter as exportações no mesmo patamar do ano passado, que foi recorde”, continuou.

Superávit acumulado

O superávit comercial nos primeiros oito meses do ano, de US$ 13,172 bilhões, ficou 34,8% menor do que o volume registrado em igual período de 2011, quando o saldo ficou positivo em US$ 19,988 bilhões.

As exportações brasileiras registraram queda de 4,8%, pela média diária, no acumulado de janeiro a agosto de 2012 na comparação com o mesmo período do ano passado.

O saldo médio de vendas de janeiro/agosto deste ano ficou em US$ 944,7 milhões, enquanto nos oito primeiros meses de 2011, o saldo médio foi de US$ 992,3 milhões.

As importações também recuaram no período, mas em menor magnitude, -0,7%, passando de US$ 873,4 milhões para US$ 867,2 milhões.

Agosto

Já em agosto, a balança registrou superávit de US$ 3,227 bilhões. O saldo é fruto de exportações de US$ 22,382 bilhões e de importações que totalizaram US$ 19,155 bilhões no período.

O resultado ficou acima da mediana de US$ 3,000 bilhões obtida pelo AE Projeçõescom as estimativas de 17 instituições do mercado financeiro. O intervalo das previsões variava de US$ 2,600 bilhões a US$ 3,750 bilhões.

Apenas na quinta semana do mês, o saldo da balança ficou positivo em US$ 705 milhões. Este montante é resultado das vendas externas no valor de US$ 4,829 bilhões e de importações que somaram US$ 4,124 bilhões.

Este resultado foi o melhor saldo mensal de 2012. Até então, o melhor resultado do ano havia sido verificado em maio, de US$ 2,953 bilhões. “Além disso, o resultado foi o segundo melhor para meses de agosto, atrás apenas do resultado visto no ano passado”, comparou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.

Ela sinalizou que o saldo comercial de agosto poderia ter sido ainda melhor caso a greve de servidores já tivesse terminado. “Os resultados seguem influenciados por movimentos de paralisação, e são três que afetam o comércio exterior: o da Receita Federal, o da Anvisa e o dos agentes da agricultura que já voltaram ao trabalho”, acrescentou Teixeira.

Tatiana ressaltou que é difícil quantificar o impacto preciso das paralisações no superávit. Ela lembrou que sazonalmente os meses de agosto costumam ter resultados positivos para a balança comercial brasileira.

Sobre Luciano Bushatsky Andrade de Alencar

Pernambucano. Advogado Aduaneiro e Tributarista, com foco em tributação em comércio exterior e Direito Aduaneiro de um modo geral, atendendo todos os intervenientes nas atividades de comércio exterior, desde importadores e exportadores, aos operadores portuários. Responsável pela área de Direito Aduaneiro da Mello Pimentel Advocacia. Pós-graduado em Direito Tributário pelo IBET/SP - IPET/PE. Mestre em Direito Tributário pela Escola de Direito da FGV/SP. Diretor da Associação Brasileira de Estudos Aduaneiros - ABEAD/Regional Pernambuco. Membro da Comissão de Direito Marítimo, Portuário e do Petróleo da OAB/PE. Vice-Presidente da Comissão de Direito Aduaneiro & Comércio Exterior da OAB/PE. Vice-Presidente do Comitê Aberto de Comércio Exterior da AMCHAM.

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